Um inverno me esfria


 Pensamentos desconexos e cappuccino.

Autor: Darlan Soares
Projeto independente
Uma obra patrocinada por Strata Engenharia




Poesia é sem dúvida uma de minhas paixões, do mesmo modo que adoro obras que são escritas de forma inovadora, fora dos padrões corriqueiros da prosa.  E à partir daí, já é possível refletir um pouco sobre o que esperava desse livro, porém, antes de falar sobre ele, é preciso dizer que o livro, cheio de potencial, deixou pontas soltas.
Assim, vou escrever primeiro, sobre alguns pontos negativos do livro.

Inicialmente, quando o autor elogia sua obra, me deixa desconfortável para com a leitura. Mas tudo bem, sem um editor ou alguém para prefaciar, não há muito mais que se fazer. No entando, sempre achei que o autor que traz frases como “oportunidade única” ou “fantásticas páginas” é um tanto presunçoso, talvez,  não necessariamente, ele tenha tido essa intenção, mas efeitos existem, e não é dos melhores. Daí, a necessidade de que alguém da área reveja o livro e levante com ele esses questionamentos. Normalmente, papel de um editor.
Da mesma forma, a poesia empregada por Darlan, apesar de já se mostrar ser direta e confusa ao mesmo tempo, não me veio como poesia, mas sim, como uma reestruturação de quebras de raciocínio apenas.
Outro ponto que poderia ter sido melhor, é a capa. Visto que a história se passa no Brasil, não entendi porque o “inverno” sugerido no título e durante a história, tenha que ser refletido com uma imagem de uma floresta com neve. Do resto, faltou trabalhar o título que ficou apagado entre as imagens.

Mas, o livro tem pontos positivos.
Não da para negar que Darlan Soares, mergulhou com tudo na ideia de fazer algo diferente, não coloquial, angustiante, e rápido (não chegam a cem páginas). Com toda essa confusão, se o livro não acabasse logo eu o jogaria longe (não, não jogaria) de tanta agonia que me deu ao ler os pensamentos desconexos lá descritos. É fácil tornar-se o protagonista Bernardo, diante sua narração em primeira pessoa, louca e fragilizada.
A dramatização está pontual e ideal. A chuva, o frio, o cappuccino, a revolta, o garçom, a tal moça de vermelho e tudo o mais.
Outro ponto bem trabalhado é a falta de marcação das horas, típica a alucinações e devaneios, sem que possamos saber o tempo que cada acontecimento durou.
Tanto pelo tamanho, quanto pela energia empregada no livro, a leitura flui muito bem, e um leitor acostumado pode desbrava-lo em um ou duas horas, porém, por ser tão entrecortado, facilmente alguém pode coloca-lo de lado, perdendo uma leitura diferente e dinâmica.

O livro, sendo revistas as pequenas falhas, tem muito potencial, assim como o autor que se trabalhar, pode ganhar muito, e escrever grandes textos.
Vale a pena ler, e principalmente, vale uma reedição por parte do autor.
 

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